Os clubes de leitura são oportunidades de encontro e discussão de diferentes temáticas a partir da leitura de obras literárias ou cinematográficas.
O clube de leituras Livros Proibidos convida à todos para participarem dos encontros do clube.
Os encontros acontecerão nas últimas terças-feiras do mês, com duração aproximada de 1h e entrada gratuita. Os encontros são presenciais, nas dependências do CED, nas datas previstas no cronograma, às 17h. Os participantes receberão certificado.
Confira o calendário da primeira temporada do clube, com as datas e obras a serem discutidas no semestre de 2024.2:
Setembro | 24/09
O olho mais azul, Toni Morrison
Sinopse:
Uma tentativa de dramatizar a opressão que o preconceito racial pode causar na mais vulnerável das criaturas: uma menina negra.
Considerado um dos livros mais impactantes de Toni Morrison, o primeiro romance da autora conta a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que sonha com uma beleza diferente da sua.
Negligenciada pelos adultos e maltratada por outras crianças por conta da pele muito escura e do cabelo muito crespo, ela deseja mais do que tudo ter olhos azuis como os das mulheres brancas ― e a paz que isso lhe traria. Mas, quando a vida de Pecola começa a desmoronar, ela precisa aprender a encarar seu corpo de outra forma.
Poderosa reflexão sobre raça, classe social e gênero, O olho mais azul é um livro atemporal e necessário.
Outubro | 29/10
A revolução dos bichos, George Orwell
Sinopse:
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século XX, A revolução dos bichos é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista.
De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos – expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História – mimetizam os que estavam em curso na União Soviética.
Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.
Depois das profundas transformações políticas que mudaram a fisionomia do planeta nas últimas décadas, a pequena obra-prima de Orwell pode ser vista sem o viés ideológico reducionista. Mais de sessenta anos depois de escrita, ela mantém o viço e o brilho de uma alegoria perene sobre as fraquezas humanas que levam à corrosão dos grandes projetos de revolução política. É irônico que o escritor, para fazer esse retrato cruel da humanidade, tenha recorrido aos animais como personagens. De certo modo, a inteligência política que humaniza seus bichos é a mesma que animaliza os homens.
Escrito com perfeito domínio da narrativa, atenção às minúcias e extraordinária capacidade de criação de personagens e situações, A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais, que remontam a Esopo, e a da sátira política, que teve talvez em Jonathan Swift seu representante máximo.
Novembro | 26/11
O diário de Anne Frank, Anne Frank
Sinopse:
No seu aniversário de treze anos, Anne Frank ganhou um caderno de seu pai e decidiu que iria usá-lo como diário, e começou a escrever quase que imediatamente. O que começou como um relato adolescente comum veio a se tornar um dos mais importantes documentos históricos do mundo e sua autora uma das vozes mais importantes do século XX. Com relatos sobre as incertezas comuns da adolescência, a vida no esconderijo onde a família de Anne viveu durante dois anos, e os horrores da guerra, o Diário de Anne Frank é uma obra literária sensível e um relato histórico essencial.
Dezembro | 10/12
O avesso da pele, Jeferson Tenório
Sinopse:
Um romance sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude, O avesso da pele é uma obra contundente no panorama da nova ficção literária brasileira.
Vencedor do Prêmio Jabuti na categoria “Romance Literário”.
O avesso da pele é a história de Pedro, que, após a morte do pai, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos.
O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade. Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente corajosas da literatura brasileira contemporânea.