Confira o calendário de obras do Léia Mulheres SIM! para 2025
Os clubes de leitura são oportunidades de encontro e discussão de diferentes temáticas a partir da leitura de obras literárias ou cinematográficas.
O clube de leituras Léia Mulheres SIM! convida à todos para participarem dos encontros do clube.
Os encontros acontecerão nas terceiras ou quartas terças-feiras do mês, com duração aproximada de 1h30 e participação gratuita. Os encontros são presenciais, nas dependências do CED, nas datas previstas no cronograma, às 16h. Os participantes receberão certificado.
Confira o calendário da segunda temporada do clube, com as datas e obras a serem discutidas no ano de 2025:
Março, 24/03 | Subversivas: a Arte Sutil de Nunca Fazer o que Esperam de Nós, por Gisèle Szczyglak
Sinopse: Subversivas é uma obra filosófico-pragmática destinada às mulheres para transformar a sociedade e vivenciar na prática a luta pelos seus direitos. Gisèle Szczyglak, Ph.D. em Filosofia Política, com pós-doutorado em Sociologia Política e Ética Aplicada, mostra que a civilização foi confiscada das mulheres e, como consequência, a percepção feminina sobre o mundo, assim como o papel de si mesmas são distorcidos. Para a autora, o caminho para virar este jogo é a subversão. Gisèle analisa como ao compreender as regras impostas pela sociedade e a cultura vigentes, as mulheres podem redirecioná-las para além da reivindicação para assim conquistar a plena igualdade de direitos. A autora ainda afirma que, depois de ancoradas na subversão, as mulheres serão capazes, junto com os homens, de fazer com que o feminismo de fato aconteça como um novo humanismo.
Abril, 14/04 | A Substância, direção de Coralie Fargeat
Sinopse: Elisabeth Sparkle, renomada por um programa de aeróbica, enfrenta um golpe devastador quando seu chefe a demite. Em meio ao seu desespero, um laboratório lhe oferece uma substância que promete transformá-la em uma versão aprimorada.
Maio, 12/05 | Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade, por bell hooks
Sinopse: “Ensinando a transgredir” (1994) é um projeto inspirado na pedagogia crítica de Paulo Freire, assume bell hooks desde as primeiras páginas deste livro. A autora estabelece, em seu diálogo combativo com o pensador brasileiro, as bases para a educação como projeto ético e político, como processo de superação das desigualdades. Para isso, a formação precisa ir além da assimilação de conteúdos, tem de se expor às contradições e às diferenças, vencer as relações de poder para reconhecer cada um como sujeito. “Ensinando a transgredir” não é uma obra conceitual, mas uma autobiografia intelectual. Negra, a autora nasceu e cresceu no Sul dos EUA e recebeu a educação fundamental em escolas segregadas. Nelas, aprendeu desde cedo que a devoção ao estudo, à vida do intelecto, era um ato contra-hegemônico, um modo de resistir à dominação branca e ao sexismo. Feminista, ela demonstra que a demanda por igualdade é dever de todos.
Junho, 10/06 | Fim, por Fernanda Torres
Sinopse: Cinco amigos cariocas rememoram as passagens marcantes de suas vidas: festas, casamentos, separações, manias, inibições, arrependimentos.
Álvaro vive sozinho, passa o tempo de médico em médico e não suporta a ex-mulher. Sílvio é um junkie que não larga os excessos de droga e sexo nem na velhice. Ribeiro é um rato de praia atlético que ganhou sobrevida sexual com o Viagra. Neto é o careta da turma, marido fiel até os últimos dias. E Ciro, o Don Juan invejado por todos – mas o primeiro a morrer, abatido por um câncer.
São figuras muito diferentes, mas que partilham não apenas o fato de estar no extremo da vida, como também a limitação de horizontes. Sucesso na carreira, realização pessoal e serenidade estão fora de questão – ninguém parece ser capaz de colher, no fim das contas, mais do que um inventário de frustrações.
Ao redor deles pairam mulheres neuróticas, amargas, sedutoras, desencanadas, descartadas, conformadas. Paira também um padre em crise com a própria vocação e um séquito de tipos cariocas frutos da arguta capacidade de observação da autora.
Há graça, sexo, sol e praia nas páginas de Fim. Mas elas também são cheias de resignação e cobertas por uma tinta de melancolia.
Humor sem superficialidade, lirismo sem cafonice, complexidade sem afetação, densidade sem chatice: de que mais precisa um romance para dizer a que veio?
Julho, 08/07 | A natureza da mordida, por Carla Madeira
Sinopse: “O que você não tem mais que te entristece tanto?” É com esta pergunta que Biá, uma psicanalista aposentada, apaixonada por literatura, aborda a jovem jornalista Olívia pela primeira vez ao encontrá-la sentada à mesa de um sebo improvisado. A provocação inesperada, vinda de uma estranha, capaz de ouvir “como quem abraça”, desencadeia uma sucessão de encontros, marcados pela intimidade crescente e que aos poucos revelam as histórias das duas mulheres. “Nossa amizade começou assim, enquanto nos afogávamos”, relata Olívia.
Com alternância entre as vozes, a força narrativa objetiva, descritiva e linear de Olívia contrapõe-se às anotações esparsas de Biá, cujos fragmentos de uma memória já falha e pouco confiável conduzem a um ponto de virada na trama que irá revelar ao leitor eventos que marcaram o passado de cada uma, evidenciando o paralelo entre as diferentes formas de abandono sofridas (e perpetradas) pelas duas amigas. Ao conhecer Olívia, o leitor é preparado para compreender Biá e, finalmente, refletir sobre a pergunta: o que faríamos em seu lugar?
Como nos outros romances da autora, as personagens parecem saltar do papel para colocar o leitor diante de questões universais, entre elas a incondicionalidade do amor, a força do desejo, a culpa e o esquecimento, a memória e sua dinâmica inescrutável com o perdão. É também um livro sobre amizade.
Com uma narrativa singular, potente e envolvente, Carla Madeira se reafirma em A natureza da mordida como um dos maiores nomes da literatura nacional contemporânea.
Agosto |Segunda chamada, criação de Carla Faour
Sinopse: No ensino noturno de jovens e adultos da EE Carolina Maria de Jesus, o diretor Jaci e os professores Lúcia, Eliete, Marco André e Sônia seguem determinados a mostrar a alunos de diferentes idades e perfis o poder de transformação social da educação.
Setembro | Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado, de Ana Beatriz Barbosa Silva
Sinopse: Eles podem ter várias faces. Disfarçados de pessoas de bem, autora de mentes ansiosas ocultam o que realmente são: seres calculistas, manipuladores e insensíveis aos sentimentos alheios. Estão ao nosso lado no trabalho, na escola, na vizinhança e no círculo familiar e, a qualquer momento, podem gerar destruição em nossa vida. Eles são os psicopatas, uma ameaça real e silenciosa para toda a sociedade.
Em Mentes perigosas, a dra. Ana Beatriz Barbosa Silva revela esse sombrio transtorno de personalidade que atinge cerca de 4% da população mundial e mostra ao leitor como se prevenir contra as perversidades de uma mente psicopata.
Sucesso editorial absoluto, esta edição de aniversário inclui dois capítulos novos. Um sobre psicopatas no ambiente em que deveríamos nos sentir mais seguros ― a família ― em que a autora relata conhecidos e estarrecedores casos de psicopatia. E outro sobre a conhecida relação entre psicopatia e poder, que trata de grandes tiranos da história que usaram o poder político para dar vasão aos seus impulsos mais perversos.
Outubro | A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha
Sinopse: Rio de Janeiro, anos 1940. Guida Gusmão desaparece da casa dos pais sem deixar notícias, enquanto sua irmã Eurídice se torna uma dona de casa exemplar. Mas nenhuma das duas parece feliz em suas escolhas.
A trajetória das irmãs Gusmão em muito se assemelha com a de inúmeras mulheres nascidas no Rio de Janeiro no começo do século XX e criadas apenas para serem boas esposas. São as nossas mães, avós e bisavós, invisíveis em maior ou menor grau, que não puderam protagonizar a própria vida, mas que agora são as personagens principais do primeiro romance de Martha Batalha.
Enquanto acompanhamos as desventuras de Guida e Eurídice, somos apresentados a uma gama de figuras fascinantes: Zélia, a vizinha fofoqueira, e seu pai Álvaro, às voltas com o mau-olhado de um poderoso feiticeiro; Filomena, ex-prostituta que cuida de crianças; Luiz, um dos primeiros milionários da República; e o solteirão Antônio, dono da papelaria da esquina e apaixonado por Eurídice.
Essas múltiplas narrativas envolvem o leitor desde a primeira página, com ritmo e estrutura sólidos. Capaz de falar de temas como violência, marginalização e injustiça com humor, perspicácia e ironia, Martha Batalha é acima de tudo uma excelente contadora de histórias. Uma promessa da nova literatura brasileira que tem como principal compromisso o prazer da leitura.
Novembro | Kim Jiyoung, nascida em 1982, de Cho Nam-Joo
Sinopse: Em um pequeno apartamento nos arredores da frenética Seul vive Kim Jiyoung. Uma millennial comum, Jiyoung largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral ― como se espera de tantas mulheres coreanas. Mas, em pouco tempo, ela começa a apresentar sintomas estranhos, que preocupam o marido e os sogros: Jiyoung personifica vozes de outras mulheres conhecidas ― vivas e mortas. A estranheza de seu comportamento cresce na mesma proporção que a frustração do marido, que acaba aconselhando a esposa a se consultar com um psiquiatra.
Toda a sua trajetória é, então, contada ao médico. Nascida em 1982 e com o nome mais comum entre as meninas coreanas, Kim Jiyoung rapidamente se dá conta de como é desfavorecida frente ao irmão mimado. Seu comportamento sempre é vigiado e cobrado pelos homens ao seu redor: desde os professores do ensino fundamental, que impõem uniformes rígidos às meninas, até os colegas de trabalho, que instalam uma câmera escondida no banheiro feminino para postar fotos íntimas das mulheres em sites pornográficos. Aos olhos do pai, é culpa de Jiyoung que os homens a assediem; aos olhos do marido, é dever dela abandonar a carreira para cuidar da casa e da filha.
A vida dolorosamente comum de Kim Jiyoung vai contra os avanços da Coreia do Sul, uma vez que o país abandona as políticas de controle de natalidade e “planejamento familiar” ― que privilegiava o nascimento de meninos ― e aprova uma nova legislação contra a discriminação de gênero. Diante de tudo isso, será que seu psiquiatra pode curá-la ou sequer descobrir o que realmente a aflige? Best-seller internacional, Kim Jiyoung, nascida em 1982 é uma obra poderosa e contemporânea que não só atinge o âmago da individualidade feminina, como também questiona o papel da mulher em âmbito universal.
Dezembro | É assim que acaba, de Colleen Hoover
Sinopse:
Em É assim que acaba , Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.
Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?
É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem em uma confusão de sentimentos.